Mt 8. 14-7; At 8.32-34
Como já afirmamos todos os milagres operados por Cristo, tinham sempre uma aplicação de natureza espiritual e eterna. Mateus fará um link de todos os milagres com o relato do profeta Isaías que viveu cerca de 700 anos antes de Cristo. Um aspecto relevante aqui é definir quem é o Servo Sofredor a quem se refere Isaías e, qual a sua importância.
Durante muito tempo os rabinos defendiam que este Servo Sofredor seria a nação de Israel, até por que, não se concebia a idéia de um messias prostrado, mas sim, forte e triunfalista, com força política suficiente para arrancar os judeus das garras do julgo romano.
Quanto aos teólogos, porém, não resta dúvida de que Isaías refere-se de fato ao Messias. Mas, quais as características do Servo Sofredor? Veremos isto através de três pontos:
A) Porque Ele se submeteu à vontade do Pai. “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca;” Is 53:7a. “Disse-lhe então Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti? 14 E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o presidente estava muito maravilhado.” Mt 27:13-14. Observe que a vontade de Deus em relação ao seu servo foi que ele sofresse no cumprimento de sua missão. Numa primeira análise isso parece algo cruel e terrível, mas quando perguntamos da razão deste sofrimento ficamos maravilhados com a manifestação de amor, tanto do Pai, quanto do Filho. Sim, ele foi esmagado por causa dos nossos pecados. Jesus foi esmagado porque nos substituiu no sofrimento que estava reservado para nós.
B) Porque Ele se submeteu à vontade do Pai mesmo quando isto lhe exigiu sacrifício. “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Is 53:5 . “ E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”. Fl. 2:8. Ele foi entregue como oferta pelos nossos pecados. Muitas vezes quando uma pessoa ofende outra, e que o ofensor reconhece e pede desculpas, o ofendido diz: Vamos passar uma borracha nisso! Mas em relação a Deus isto simplesmente não existe, sobre tudo, porque a sua justiça precisa ser satisfeita. Isto explica a vinda de Cisto. A dívida era nossa e, por isso, nós deveríamos ser condenados, todavia, o Redentor sofreu morte vergonhosa e dolorida por nós.
C) Ele conhecia a sua missão e estava seguro. “Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Is 53:3”. Observe que a submissão que o servo Jesus revelou era conseqüência direta de seu conhecimento a respeito da pessoa e do caráter de Deus. Ele estava seguro em sua tarefa e, suas convicções e certezas, o ajudaram a caminhar e suportar sua cruz”. “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! 38 Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta; 39 Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor”. Mt 23:37-39. Ele justificou a muitos. A submissão do Filho ao Pai foi crucial para que fôssemos justificados, até porque, não faltaram oportunidades para que Cristo voltasse atrás (Ex. cf. Mt. 4. A tentação), mas Cristo estava focado em seu propósito e exatamente, por este motivo, ele levou sobre os seus ombros as nossas iniqüidades. E por iniqüidade se quer dizer: A transgressão da Lei, aquilo que não se ajusta ao padrão de excelência moral de Deus. De acordo com a descrição do profeta Isaías o castigo do pecado é removido pela substituição, pois Cristo morreu em nosso lugar.
A relação que Mateus faz entre os milagres operados por Cristo, e a profecia de Isaías faz todo o sentido. Se as mazelas que oprimem a humanidade vieram como conseqüência do pecado, Cristo vem, por sua vez, redimir a criação de Deus por meio da morte vicária. Só através de Cristo o pecador pode obter o pleno perdão, apenas por meio dele se estabelecerá a paz, ou a perfeita harmonia que o pecado comprometeu.
Pastor Givaldo Santana
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