terça-feira, 25 de setembro de 2012

Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.



 Mt 7.6 Algumas pessoas ao fazerem uma tradução literal deste texto, entendem que é pecado dar as sobras da mesa aos cães, uma vez que as mesmas já teriam sido abençoadas através da oração. Você julga esta postura absurda? É importante destacar que aos sacerdotes era permitido comer de certos sacrifícios oferecidos ao Senhor (Êxodo 29:33; Levítico 2:3), e nem devemos cogitar a possibilidade deles compartilharem este alimento com os cães que por ali transitavam. Vale lembrar que o cão na palestina não tinha a característica de animal doméstico como é em nossos dias, e em nossa cultura. Ele era o carniceiro das ruas, feroz e selvagem.  
  Quando o assunto é animais, podemos constatar nos evangelhos, que Jesus menciona o nome de alguns para descrever as condições espirituais do ser humano: “Raposa", "serpentes”, “víboras" e “ovelhas”. Em alguns casos com um aspecto positivo e outros não, como é o caso do cão e do porco que são mencionados no texto em questão. Como entender esta abordagem feita por Cristo? É importante destacar que não temos aqui uma interrupção do que é tratado nos cinco versículos que ensinam sobre a questão do julgamento, mas uma seqüência. Como entender esta questão? Não podemos agir como juízes: “não julgueis”, v1, porém temos que saber avaliar a disposição dos indivíduos, testar o espírito. 
   Qual é o ensinamento do texto? Jesus está dizendo que os seus discípulos não deveriam insistir em levar o evangelho àqueles que escarnecem, isto equivale ao seguinte: queremos levar os pecadores aos pés de Cristo, mas não podemos obrigar ninguém a obedecer a Deus. Para melhor elucidar esta idéia observe a recomendação de Cristo: "Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés" (Mateus 10:14). Mas porque esta recomendação? Simples, Não é justo a igreja fazer um trabalho de bajulação junto aos que constantemente rejeitam a oferta da salvação, ao passo que muitos ainda não ouviram (Mt 9.37).
“Para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem”.  A idéia aqui é a de um porco que coloca  pérolas na boca por confundir com ervilha ou bolotas, mas logo que prova cospe fora e parte para cima do cuidador por julgar que lhe deu algo sem valor. Os apóstolos entenderam muito bem este ensinamento de Cristo como podemos observar: “Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios” (At 13:46). 
      Portanto, é importante termos em mente que não devemos julgar, o que não significa que não devamos avaliar a postura do outro ao oferecermos a pérola, que é a bendita mensagem de salvação, devemos estar atentos à resposta dada à proclamação da verdade e percebermos se estamos de fato conduzindo pecadores para a presença de Deus ou simplesmente bajulando escarnecedores como se Deus necessitasse deles para ser engrandecido. 
Pastor Givaldo Santana

0 comentários:

Postar um comentário