quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O valor do reino



Mt 3.2 Quando você ouve falar em reino, naturalmente pensa em um rei e seus súditos. Dentre os evangelistas, Mateus é o único que trata sobre esta perspectiva mais amplamente, entretanto, a abordagem do assunto não fica restrita a ele. Vale destacar que não se trata aqui de uma monarquia terrena, mas sim, dentro de uma perspectiva puramente espiritual. 

Por se tratar de um reino com a perspectiva tão somente espiritual, destacamos aqui o seu prenúncio: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus” Is 40.3. Isaias faz referência a um arauto e Mateus apresenta João Batista como sendo o próprio. O que foi profetizado há 700 anos A.C., está se cumprindo e agora o precursor passa a preparar o caminho para a chegada do rei e, ao mesmo tempo, procura deixar claro quem de fato está apto para fazer parte deste reino. 

Ao contrário do que vinha sendo pregado até então, onde havia um templo santo e uma cidade santa, João Batista proporá uma nova forma de adoração, ou seja, o adorador terá como condicionante para que a sua adoração seja aceita, o estado em que se encontra o seu coração, conforme destacaremos a seguir, embora esta condicionante sempre tenha prevalecido, no entanto, nos referimos à questão de um lugar como determinante. 

I- “Arrependei-vos” - A palavra arrepender (metanoia) significa mudança radical de atitude(vs 2). Vivemos em uma época em que se fala muito em tolerância, onde não é permitido que você imponha ao outro os seus conceitos de ética e moral. Portanto, a sua verdade pode não ter valor algum para o outro, sendo assim, o conceito de certo e errado dependerá muito da perspectiva de cada indivíduo.  Entretanto, quando o Senhor da igreja faz menção a quem de fato tem parte com ele, os discípulos assustam: “Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (Jo 6:60).   O arrependimento, portanto, consiste em viver sob a dependência de Deus, implica ter coragem para romper com o “mundo” (refiro-me à esfera espiritual), aliás, quanto a isso João diz: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 Jo 2:15).  Somos chamados para fazermos parte do reino, mas quem estabelece as condicionalidades é o próprio Deus e não os hábitos culturais ou as últimas tendências de cada época.  

II-  “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as Suas veredas” (vs. 3). João Batista fala a respeito de entrega. Talvez esta seja a maior dificuldade em nossos dias, visto que o homem tem todas as repostas, que vai desde os fatores climáticos até a classificação dos tipos de tristeza com a definição das suas causas e tratamentos, existe especialista para tudo, sendo assim, não existe situação para a qual o homem não tenha resposta, certo? Errado! Não estou aqui fazendo oposição à ciência, aliás, ela é útil e necessária, porém em matéria de espiritualidade e fé é completamente leiga, quanto a esta questão o apóstolo Paulo diz: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2:14).  Para fazer parte do reino o seu coração precisa ser lapidado, e suas emoções trabalhadas pelo Espírito. Você pode até vir como está, porém terá de ser refeito os teus conceitos e valores a respeito do reino, precisam ser revistos. 
Ainda dentro desta perspectiva, vemos que existe uma tentativa de conciliar trevas e luz, isto é, ignorar as Escrituras e ainda assim pensar que está fazendo a coisa certa. É a cegueira espiritual da qual Cristo e os apóstolos tanto falam, não tem como conciliar. 
Com base nas Escrituras você pode dizer que faz parte do reino estabelecido por Cristo? A mudança radical já aconteceu em sua vida ou você vive tentando remendar roupa velha com pano novo? Você pode dizer que vive sob a dependência de Deus? Quanto às regras para fazer parte do reino já estão estabelecias, compete a você aplicá-las ao coração e poderá ser chamado cidadão do reino. 

Pastor Givaldo Santana 

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