terça-feira, 3 de abril de 2012

A arte de amar os inimigos


(Mateus 5.43-48:)


O ministério de Cristo foi marcado pela quebra de paradigmas e desconstrução
de conceitos equivocados. Estamos no último ponto em que Jesus desafia os seus
ouvintes a serem superiores aos escribas, que eram os peritos da lei e aos fariseus que se
autodenominavam exímios observadores das tábuas da lei.


Da maneira como aquelas pessoas interpretavam a lei de Moisés as coisas
funcionavam assim: "eu amo a quem me ama, e odeio a quem me odeia!" Do seu ponto
de vista, existe um critério mais justo do que este? Pois, assim pensavam aquelas pessoas,
todavia, Jesus vai confrontar esta postura com um argumento nada agradável para o homem
contaminado pelo pecado: “Eu, porém, lhes digo, amem os seus inimigos e orem pelos que vos
perseguem”. 5.44


Quem é o meu próximo? (Lc 10.29), perguntaram os discípulos. A resposta é muito
simples: Filhos, amigos, parentes. Porém, vale destacar que até a pessoas inescrupulosas têm
amor pela mãe ou por um filho, aliás, um adágio popular afirma que os brutos também amam.
A esta altura, Jesus trará para o centro da discussão uma questão que até então não tinha
despertado a atenção daquelas pessoas, isto é, se alguém diz que me tem em alta conta, eu de
imediato digo: a recíproca é verdadeira E quando ouvimos exatamente o contrário? No verso
44 Cristo define qual deve ser a postura do cristão: “Amai vossos inimigos e orai pelos que
vos perseguem”. Não restam dúvidas de que apenas as pessoas transformadas e santificadas
podem tomar uma postura assim. Mesmo porque você já parou para avaliar a natureza do
desafio? Você seria capaz de amar aquele que te trata mal? Você seria capaz de amar aquele
por quem sente antipatia, ou até mesmo quem te fere? Vale lembrar que Jesus não propõe
aqui, um amor palpitante, mas um exercício constante em desejar e fazer o bem ao próximo.
Você seria capaz de dizer: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”? Lc. 23:34 é
muito fácil estampar na frente da camiseta: (100% Jesus), entretanto, os seus ensinamentos e
exemplos não nos parecem ser tão simples.


No verso 45 Jesus pontuará que é necessário ao cristão evidenciar que é filho do
Pai celeste, visto que é dever do cidadão do reino fazer uma reflexão, a fim de saber se não
está tomando a mesma postura do homem natural. Afinal de contas, a maioria das pessoas
afirma ser filhos de Deus, não obstante, negam isso na prática. O modelo que ele tomou como
exemplo não é ninguém menos que o Pai. Você já imaginou se ele resolvesse não mandar
chuva na plantação do ateu? Mas não é assim, Deus faz vir chuvas sobre maus e bons, não
escolhendo apenas os bons para, sobre estes, derramar a Sua Graça comum. Este argumento
tem como objetivo motivar os cidadãos do reino a agirem com misericórdia.


O que você acha de apresentar um estilo superior de vida? Você tem respeito pelas
pessoas? Gente educada age assim, porém, o grande desafio é para que o cristão vá além,
evidencie um caráter diferente daquele que as pessoas rotineiramente estão acostumadas.
Observe o desafio feito no verso 48: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é vosso Pai
celeste”. O termo grego para perfeito é: Concluído, que não falta nada. Temos aqui a repetição
do Pentateuco que diz: “Perfeito serás, como o SENHOR teu Deus.” Dt 18:13. É por isso, que o


cristão não pode à semelhança dos escribas e fariseus contentar-se com a observância parcial
da lei.


Não resta dúvida de que esta nova perspectiva de Jesus foi um grande desafio para os
seus ouvintes, assim como também é para a igreja hoje. Jesus trabalha na sua argumentação
para aperfeiçoar o caráter dos seus discípulos em relação ao trato com os inimigos. Na visão de
Jesus a postura de seus ouvintes deveria mudar naquele instante, quando eles deveriam orar
pelos seus perseguidores ao invés de simplesmente detestá-los. Você se sente distante do que
Jesus acaba de ensinar? Tome como desafio trabalhar contra a sua inclinação natural para que
você se identifique como cidadão do reino.




Pastor Givaldo Santana

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