"Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos falaram a palavra de Deus, e, atentando para o êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé. Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente." Hebreus 13.7-8
No dia 31 de Outubro de 1517, o monge Martinho Lutero afixou na porta do castelo de Wittemberg as 95 teses contrapondo o pensamento dos teólogos católicos, estas teses tratavam de assuntos tais como: penitência, indulgências e a salvação pela fé. Com aquele ato de ousadia Lutero não sabia, mas iniciava a partir dali o que passaria a ser chamado de Reforma Protestante, movimento este de onde posteriormente veio a igreja evangélica e que, por sua vez, representa um marco para a volta às sãs doutrinas. Neste ano completa-se 495 anos da Reforma Protestante, surgindo as seguintes perguntas:
1. O que foi a reforma protestante? Algumas pessoas no meio da igreja questionam essas comemorações e até chegam a contestar a lembrança da Reforma, sob o seguinte argumento: para que considerar o que aconteceu há quase 500 anos? E continuam: o passado não tem nada a nos ensinar. Ainda dentro desta perspectiva se enfatiza que deveríamos investir tempo na unidade e não em um movimento que trouxe o cisma ao cristianismo. Não resta dúvida de que este tipo de argumento tem como objetivo retirar da Reforma Protestante o seu devido valor, que foi a chamada de volta para a forma instituída por Cristo e perpetuada pelos apóstolos.
2. Quem foram os reformadores? Simplesmente homens desejosos por uma volta às Escrituras. Assim como os pré-reformadores e reformadores lutaram para enfatizar a centralidade da Palavra de Deus, temos como grande atribuição hoje pregar o absoluto em uma época de relativos. No tocante ao valor das Escrituras John Wyclif afirmou: “A verdadeira autoridade emana da Bíblia, que contém o suficiente para governar o mundo”, para os reformadores nada e nem ninguém possuía valor maior ou igual às Escrituras.
3. O que desejavam os reformadores? Podemos dizer que a doutrina comum e fundamental sustentada pelos três grandes reformadores –
Lutero, Zwinglio e Calvino - apresenta resumidamente três dimensões: A) justificação pela fé, B) O sacerdócio universal dos fiéis, C) O conceito da Soberania de Deus.
Este pendão levantado por aqueles corajosos homens não pode simplesmente cair no esquecimento e ainda assim afirmarmos que somos igreja reformada, aliás, penso que a igreja dos nossos dias precisa de uma nova reforma, pois paulatinamente ela vem esquecendo do seu papel na sociedade.
“Lembrai-vos dos vossos guias” é o desafio feito pelo autor aos Hebreus. Você é capaz de reconhecer a importância de batalhar pela fé uma vez dada aos santos, a ponto de combater os erros, mesmo sabendo que encontrará ferrenha oposição? Vamos trazer à memória a intrepidez daqueles servos de Deus que impelidos por esta fé e graça, ousaram denunciar o distanciamento de Deus e da necessidade de voltarmos às Escrituras.
Pastor Givaldo Santana