quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Cristo, milagreiro ou operador de milagres?



Mt  8.1-4 Durante o seu ministério terreno Cristo operou muitos milagres, fazendo cego enxergar, paralitico andar, e até trazendo mortos de volta à vida. O mais maravilhoso é que todos estes atos sobrenaturais não eram precedidos por anúncios, estabelecendo dia e  hora como se fosse um grande espetáculo para multidão, pelo contrário, tudo acontecia naturalmente e Cristo sempre procurava fazer algum tipo de aplicação de ordem espiritual para que o milagre não tivesse um fim em si mesmo, por exemplo, quando ele ressuscitou o seu amigo Lazaro proferiu: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”. Que fantástico! Havia religiosos no entorno de Cristo que negava a doutrina da ressurreição e ali estava uma grande oportunidade para ele ensinar a respeito desta importante doutrina.
                Como afirmei anteriormente não havia obra realizada por Jesus sem um propósito definido ou a aplicação de um ensinamento. Vamos ao texto.  Nos tempos bíblicos a lepra não tinha cura e excluía o portador da doença do convívio social e litúrgico. Exclusão Social porque deixava o indivíduo contaminado com um aspecto deplorável, pois a doença comia os dedos além de deixar a pele com um aspecto nada agradável e, ainda a pessoa desenvolvia um mau hálito, por ter a sua laringe afetada, o que também levada às demais pessoas a agir com bastante repulsa. Já em relação ao aspecto religioso, a lei mosaica era muito clara em impedir estas pessoas de prestar culto sobre tudo por serem julgadas impuras e, por tanto, não deveriam juntar-se aos demais para o culto litúrgico. Sendo a lepra uma doença incurável, estava o leproso fadado ao isolamento até a morte. Porém, a história de um leproso estava prestes a ganhar um rumo diferente. Para aqueles que estavam à sua volta não lhe restava mais nada, a não ser o avanço da doença comendo a carne como um cupim faz com a madeira, mas Cristo estava prestes a dar outro rumo para a história daquele homem.  
                Se quiseres podes”. Aquele leproso reconhece o poder de Cristo.  Apalavra grega para poder é "DUNAMIS", donde veio a palavra dínamo, que produz energia, força, poder, dinamiza, impulsiona. Certamente aquele leproso já tinha ouvido testemunhos a respeito de Cristo e viu nele a solução para a sua vida de sofrimento. Que confiança!  Diante de tamanha convicção o Senhor Jesus de imediato libera a bênção para aquele homem leproso que, penso eu, já tinha até perdido a capacidade de sonhar. Jesus diz: “Quero, fica limpo”. Que maravilha! Você consegue dimensionar o grau de satisfação deste homem? Mas como já foi dito, o milagre não tinha um fim em si mesmo, daí vem a sua aplicação.
 Não o digas a ninguém”. Porque Cristo faz esta recomendação? Explico! A acusação dos escribas e fariseus era justamente de que Cristo negava os ensinamentos de Moisés, mas aqui está um aspecto importante, caso aquele homem anunciasse a todos que o milagre fora operado por Jesus, os sacerdotes poderiam negar a cura de algum modo e, com isso, Cristo cairia em descrédito, mas em contra partida, caso eles comprovassem que aquele leproso realmente tinha sido curado, ficariam claro duas coisas: Aquele era de fato o enviado do SENHOR e mais, ele não desprezava o Pentateuco, uma vez que em Levítico 13.2-3 determina que somente o sacerdote poderia examinar o leproso para averiguar se ele poderia ou não voltar para o convívio social. O fato é que se eles reconhecessem antes, ao saberem que foi Cristo quem operou o milagre não poderiam mais ir contra, pois corriam o risco de serem taxados de infratores da Lei, daí a recomendação para que o leproso não falasse inicialmente nada, mas logo em seguida Cristo diz: “Para servir de testemunho ao povo”.  Ou seja, todos sabiam que ninguém poderia operar milagres se não fosse da parte de Deus, e muito mais força teria aquele que fosse visto como um observador da lei de Moisés e, em relação a Cristo ficaria evidente que ele não era um charlatão conforme o acusavam os seus opositores.
                Muito embora Cristo não seja um curandeiro, ele continua manifestando o seu poder na vida daqueles que nele confiam. Naquela oportunidade o seu objetivo era provar que era de fato o ungido do SENHOR, e hoje? Sem dia e hora marcada continua mostrando o seu poder, curando e salvando vidas. É importante lembrar que o poder não está na igreja ou no pastor, mas em Deus que cumpre os seus santos propósitos onde e quando quer.
Pastor Givaldo Santana

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