Mt 8.1-4 Durante o seu
ministério terreno Cristo operou muitos milagres, fazendo cego enxergar,
paralitico andar, e até trazendo mortos de volta à vida. O mais maravilhoso é
que todos estes atos sobrenaturais não eram precedidos por anúncios,
estabelecendo dia e hora como se fosse
um grande espetáculo para multidão, pelo contrário, tudo acontecia naturalmente
e Cristo sempre procurava fazer algum tipo de aplicação de ordem espiritual
para que o milagre não tivesse um fim em si mesmo, por exemplo, quando ele
ressuscitou o seu amigo Lazaro proferiu: “Eu
sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”. Que
fantástico! Havia religiosos no entorno de Cristo que negava a doutrina da
ressurreição e ali estava uma grande oportunidade para ele ensinar a respeito
desta importante doutrina.
Como
afirmei anteriormente não havia obra realizada por Jesus sem um propósito
definido ou a aplicação de um ensinamento. Vamos ao texto. Nos tempos bíblicos a lepra não tinha cura e excluía
o portador da doença do convívio social e litúrgico. Exclusão Social porque
deixava o indivíduo contaminado com um aspecto deplorável, pois a doença comia
os dedos além de deixar a pele com um aspecto nada agradável e, ainda a pessoa
desenvolvia um mau hálito, por ter a sua laringe afetada, o que também levada às
demais pessoas a agir com bastante repulsa. Já em relação ao aspecto religioso,
a lei mosaica era muito clara em impedir estas pessoas de prestar culto sobre
tudo por serem julgadas impuras e, por tanto, não deveriam juntar-se aos demais
para o culto litúrgico. Sendo a lepra uma doença incurável, estava o leproso
fadado ao isolamento até a morte. Porém, a história de um leproso estava
prestes a ganhar um rumo diferente. Para aqueles que estavam à sua volta não
lhe restava mais nada, a não ser o avanço da doença comendo a carne como um
cupim faz com a madeira, mas Cristo estava prestes a dar outro rumo para a
história daquele homem.
“Se quiseres podes”. Aquele leproso reconhece
o poder de Cristo. Apalavra grega para poder é "DUNAMIS",
donde veio a palavra dínamo, que produz
energia, força, poder, dinamiza, impulsiona. Certamente aquele leproso já tinha
ouvido testemunhos a respeito de Cristo e viu nele a solução para a sua vida de
sofrimento. Que confiança! Diante
de tamanha convicção o Senhor Jesus de imediato libera a bênção para aquele
homem leproso que, penso eu, já tinha até perdido a capacidade de sonhar. Jesus
diz: “Quero, fica limpo”. Que
maravilha! Você consegue dimensionar o grau de satisfação deste homem? Mas como
já foi dito, o milagre não tinha um fim em si mesmo, daí vem a sua aplicação.
“Não o
digas a ninguém”. Porque Cristo faz esta recomendação? Explico! A acusação
dos escribas e fariseus era justamente de que Cristo negava os ensinamentos de
Moisés, mas aqui está um aspecto importante, caso aquele homem anunciasse a
todos que o milagre fora operado por Jesus, os sacerdotes poderiam negar a cura
de algum modo e, com isso, Cristo cairia em descrédito, mas em contra partida,
caso eles comprovassem que aquele leproso realmente tinha sido curado, ficariam
claro duas coisas: Aquele era de fato o enviado do SENHOR e mais, ele não
desprezava o Pentateuco, uma vez que em Levítico 13.2-3 determina que somente o
sacerdote poderia examinar o leproso para averiguar se ele poderia ou não
voltar para o convívio social. O fato é que se eles reconhecessem antes, ao
saberem que foi Cristo quem operou o milagre não poderiam mais ir contra, pois
corriam o risco de serem taxados de infratores da Lei, daí a recomendação para
que o leproso não falasse inicialmente nada, mas logo em seguida Cristo diz: “Para servir de testemunho ao povo”. Ou seja, todos sabiam que ninguém poderia
operar milagres se não fosse da parte de Deus, e muito mais força teria aquele
que fosse visto como um observador da lei de Moisés e, em relação a Cristo
ficaria evidente que ele não era um charlatão conforme o acusavam os seus
opositores.
Muito embora
Cristo não seja um curandeiro, ele continua manifestando o seu poder na vida
daqueles que nele confiam. Naquela oportunidade o seu objetivo era provar que
era de fato o ungido do SENHOR, e hoje? Sem dia e hora marcada continua
mostrando o seu poder, curando e salvando vidas. É importante lembrar que o poder
não está na igreja ou no pastor, mas em Deus que cumpre os seus santos
propósitos onde e quando quer.
Pastor Givaldo Santana
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