Am 7.7-8; 9.11-12, Atos 15: 14-20
Dentre
os vários assuntos que o apóstolo Paulo aborda, penso eu que os decretos é um
dos mais fascinantes. A bíblia é clara ao afirmar que Deus trabalha a fim de
fazer cumprir seus santos propósitos. O que os apóstolos farão no concílio de
Jerusalém é apontar para as profecias de Amós, com o objetivo de afirmar que a
entrada dos gentios para a igreja é a culminação dos propósitos de Deus
anunciados pelos profetas e que estavam se cumprindo nos dias dos apóstolos,
onde ficou evidente, que ao longo da história Deus sempre foi servido em
preservar alguns para que não se contaminassem com a decadência moral e espiritual
de seus respectivos dias, conforme veremos.
A) Por
que se dá a preservação do remanescente fiel? - Por causa do propósito de Deus. “...para que possuam o restante de Edom e
todas as nações...” (Am 9.12). Temos
aqui o prenúncio de que Israel e as demais nações fariam parte da casa de Davi.
Para que a idéia fique mais clara se faz necessário ressaltar aqui que Edom era
o pior inimigo de Israel (Edom eram os
descendentes de Esaú), mas eles também seriam chamados para fazer parte do
povo de Deus. Vale ainda lembrar que apesar de haver profecia de destruição
para Edom, ainda assim, é lançado um lampejo de esperança: “Deixa os teus órfãos, e eu os guardarei em
vida; e as tuas viúvas confiem em mim”. (Jer. 49 v.1). Deus não age sem
finalidade, portanto, qual é o propósito em ligar as profecias?
B)
– O cumprimento da aliança- A
motivação principal da ação de Deus não
é primeiramente por causa do homem, mas por causa de seu reino, sua aliança
pela qual ele tem zelo em cumpri-la como se pode ver: “E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.” (Jer 1:12). É importante lembrar que Deus
disse para Abraão que nele seriam benditas todas as famílias da Terra: “E em tua semente serão
benditas todas as nações da terra,
porquanto obedeceste à minha voz.” (Gn 22:18). O apóstolo João fará um link entre o
pai da fé e Cristo: “Abraão, vosso pai,
exultou por ver o meu dia, e viu- o, e alegrou-se.” (Jo
8:56). Como vimos, todos os eventos caminham
para um único ponto, ou seja, a concretização das promessas feitas pelo Senhor.
Mas aí surge outra questão:
Qual a finalidade?
C)
A glória de Deus ao transformar a vida do pecador. Em relação a este aspecto, o
evangelista Lucas registra: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que
não necessitam de arrependimento.” (Lc
15:7). Quando falo em preservar o remanescente fiel estou
destacando a glória do Reino de Deus e expansão desde Reino no mundo. Visto que
uma pessoa prostrada pelo pecado não tem condições de glorificar a Deus, esta
pessoa será tirada do seu estado de miséria e pecados pela ação do Senhor em
sua vida e nisso Deus é glorificado, pois a ação é dele na medida que converte
o coração recalcitrante em uma vida de pronta obediência.
No
paralelo de Amós com Atos dos apóstolos vimos que o grande descendente de Davi
é Jesus Mt. 1:1 – Verdadeiro Rei da linhagem de Davi. Observamos também nesta
série que em todos os tempos Deus preservou um remanescente fiel. Conforme destacamos a igreja começou a ser
formada pelos Judeus e em Jerusalém onde foi realizado o primeiro concílio,
pois os gentios estavam entrando para a igreja e estavam recebendo os mesmos
sinais Rom. 1:16 – “Primeiro para o Judeu e depois para o gentio”. É importante que
você entenda que Tiago citou o profeta Amós como representativo dos profetas. A
igreja é o Israel de Deus hoje. Preservado para adoração e expansão do Reino de
Deus em nossos dias. Dentro desta linha ele afirmou “cumpridas estas coisas” em contraste com “naquele dia” para ressaltar que as profecias estavam se cumprindo. Outro
aspecto de bastante relevância é o termo: “Tabernáculo
caído”. O termo “tabernáculo” pode ser traduzido como habitação permanente
e não tenda provisória, ou seja, indica a construção de uma habitação sólida.
Portanto,
visto que Deus é quem nos preserva por intermédio da obra de Cristo, cumpre-nos
reconhecer que dependemos dele para tudo, e que devemos como o Israel de Deus, ser fiéis a Aliança, na
observância dos mandatos, além de reconhecermos o cuidado de Deus por nós.
Pastor
Givaldo Santana