sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O padrão de igreja ideal


At 9.31 Após ter passado por um período de ardente prova e perseguição, onde Saulo aparece como um dos principais atores, agora a igreja goza de um período de calmaria, como é próprio de toda guerra. Esta trégua segundo o historiador Flávio Josefo, deu-se porque em 39 D.C., o imperador romano Calígula resolveu colocar a sua estátua no templo com a finalidade de adoração, e isto atraiu a atenção dos judeus, dando assim, uma trégua para a igreja. 
 Em face desta nova condição, Lucas descreve que a igreja como um organismo vivo que é, continua a sua trajetória “no temor do Senhor” evidenciando algumas características: 

I - Edifica-se por ensino e amor (Cf. Rm 15.14) - Para sermos classificados como igreja, temos que ter como marca este amor e cuidado de uns para com os outros. Uma característica muito forte da igreja do primeiro século que é descrita por Lucas é o espírito de comunhão, aliás, esta é uma das razões pela qual o modelo de igreja emergente foge dos padrões bíblicos, visto que tem como uma de suas marcas o isolamento, pois enfatiza que apenas a sintonia do crente na vertical é o que efetivamente importa. Todavia, a tônica das Escrituras é que a nossa comunhão com Deus ficará evidente no modo como somos fortalecidos enquanto compartilhamos as nossas virtudes e defeitos rumo ao fortalecimento da igreja. 

II – Vive impulsionada Pelo Espírito Santo (Cf. Jo 14. 16,26) – É de fundamental importância que a igreja compreenda quem é e qual é o papel do Espírito Santo. Este termo nos remete para as seguintes idéias: “Exortação”, “Encorajamento”. É exatamente assim que Cristo se refere no texto acima. Outra idéia é: “consolo”, ou seja, “aquele que foi enviado para o lado de outro”. Portanto, ele exorta, consola e age como ajudador. Isto quer dizer que, assim como Cristo esteve com os seus discípulos, da mesma maneira o Espírito Santo se faria presente no cotidiano dos mesmos. Assim como Cristo foi enviado do Pai para a igreja, de igual forma o Espírito Santo, porém, Cristo agora volta para o Pai, a fim de nos preparar morada, enquanto que o Espírito vem preparar o coração da igreja para que Deus habite. 

III- Cresce pela evangelização dos perdidos  At 8.4
Não temos como pensar em modelo ideal de igreja, sem inevitavelmente ligá-la à sua tarefa missionária. Portanto, seja em meio às provas ou na calmaria, em qualquer circunstância ou lugar você tem como papel testificar dos feitos de Deus. Aqui está outra característica muito presente no livro de Atos, isto é, em todo momento Lucas relata os servos de Deus compartilhando as suas experiências de fé. A convicção dos apóstolos: “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20) era a mesma esboçada pelos demais integrantes da igreja, de modo que Lucas registra: “E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47). 
Pensar em igreja ideal nem de longe consiste em apontar um grupo isento de incorrer em equívocos e erros, mas se tem algo que lhe qualificará como aquela que está no caminho certo é a presença do “temor do Senhor”, que lhe possibilitará o anseio por evidenciar as características descritas acima.  Visto que se trata de pontos cruciais para a subsistência da igreja e, justamente por esta razão, aparecem aqui como marcas de uma igreja ideal. 

Pastor Givaldo Santana

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