quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Implicações do Pai Nosso - VII


Mt 6.13


    “E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.”

A tentação

     Esta é a sexta e última petição do Pai Nosso. A esta altura Cristo nos ensinará algo extremamente necessário, ou seja, clamar a Deus para que nos dê suporte para resistir às investidas de Satanás. 
     É importante lembrar que o termo tentação aparece na Bíblia com alguns significados diferentes e, por isso, com conotações diversas dando os seguintes sentidos: Ensinar a fazer alguma coisa, experimentar, provar. Na sua essência o termo Tentação origina-se da idéia de tentativa, ou êxito no propósito intencionado. 
     Mas, afinal de contas, o que vem a ser tentação? Tentação não é simplesmente uma fraqueza da carne, mais sim, a junção de dois fatores, isto é, a inclinação da minha carne com a oportunidade de concretizar os intentos do meu coração. A grosso modo seria a fome com a vontade de comer. Penso que este seja o maior conflito na vida do cristão, é a inclinação para o pecado junto à oportunidade para efetivar os intentos do coração. 
     Dentro do contexto do Pai Nosso, podemos dizer que a tentação é uma tentativa de seduzir e induzir para o mal, e esta é uma peculiaridade e especialidade de satanás, pois acerca de Deus Tiago diz: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.” Tiago 1:13  
     Mas o que é tentação? É tudo aquilo que desperta desejo e vontade e que nos encaminha para violarmos a lei de Deus (Tg 1.14). Vale ressaltar que a  tentação em si não é pecado, mas ela pode ser um processo, ou seja, antes do concreto tem o abstrato, com isto quero dizer que enquanto não damos vida aos intentos do coração não teremos incorrido em erros. 
     Vale destacar que não temos como evitar a tentação, e é neste sentido que Martinho Lutero diz que você não pode evitar que um passarinho sobrevoe a sua cabeça. Mas ao ser tentado é preciso deixar claro que se o Senhor não te der suporte, não será possível vencer as investidas de satanás. Eu oro porque sei que só em Deus eu posso ser forte para vencer a tentação (Hb 4.14-16).     “É preciso que você esteja ciente de que tentar resistir ao pecado com a sua própria força é como tentar resistir uma avalanche de pedra com uma telha de aranha”. (Jonatas Edwards).
     Deus é a fonte, ele é o único capaz e apto para te dar o livramento. “nós estamos conscientes de nossas próprias debilidades, e desejamos desfrutar a proteção de Deus, aquele que pode nos manter invencíveis diante de todos os assaltos de satanás” (João Calvino).
     Não deixe brecha, não basta dizer: Está amarrado! “Suponho que não haja nenhum aspecto da natureza humana que seja desconhecido de satanás” (Charles Spugeon). A tentação não é pecado, mas cair em tentação sim. Daí a razão para orarmos: “não nos deixe submergir a tentação satânica” (Erminter Pereira). 
     Vale destacar que as Escrituras nos dizem que o teste vem de acordo com a força de cada um: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” 1 Co 10:13. Porém, Se viermos a cair, é preciso lembrar que o Senhor não nos julga por um ato, mas por aquilo que Cristo fez (Thomas Watson). Temos, portanto, um sumo sacerdote que intercede por nós e que nos sustenta. Sim, é Cristo quem sustenta e restaura o seu povo. (Jo 21.15-17).  
     Que Deus segundo sua graça e misericórdia te dê sempre suporte para resistir firme às investidas de satanás. 

Rev. Givaldo Santana 



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