quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Implicações do Pai Nosso VI


“E perdoa-nos  as nossas dívidas, assim como nós temos  perdoado aos nossos devedores”
Mt 6.12




   O Perdão  
Certa vez entrei em uma barbearia e me deparei com um calendário na parede que continha a seguinte frase: “Enquanto os olhos sangrentos dos homens não se converterem em lágrimas não teremos dias melhores”.
     Toda a problemática da humanidade gira em torno da intolerância, eis aí a razão para os constantes conflitos e guerras. É exatamente neste ponto que Cristo tocará no texto, para ele a disposição em relação  ao perdão faz toda a diferença.  Não poucas vezes suplicamos o perdão de Deus tomando como base o ensinamento bíblico de que ele é perdoador, não obstante, criamos sérias resistências para conferirmos o perdão, o que equivale a dizer que a clemência não é algo natural entre as pessoas. Esta não é a primeira vez que Cristo tratará diretamente sobre este assunto, conforme podemos observar: “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe”. Lc 17:3-4  
     A ideia clara do texto é de que não existe limite para o perdão. Você Já parou para imaginar como seriam os nossos relacionamentos na família, na igreja e nos demais convívios sociais caso este ensinamento estivesse presente em cada coração? Porém, infelizmente a realidade é exatamente oposta, pois por menor que seja a ofensa sofrida tendemos a aumentar as suas proporções ratificando desta maneira a dureza do nosso coração. Se assim não fosse, Cristo não condicionaria o perdão de Deus à nossa disposição para perdoar o nosso semelhante por alguma ofensa sofrida e o argumento de Cristo é muito lógico, ou seja, aquele que recebeu o perdão de Deus deve estar sempre pronto para liberar o perdão.  
     A grande realidade é que o Senhor Jesus sabia que não estava nos legando algo muito fácil, aliás, ouso dizer que este é um desafio extremamente difícil, e a razão é muito simples, normalmente queremos empregar no outro a nossa maneira de pensar e agir, e isto é a intolerância que inevitavelmente gerará o conflito. 
    A harmonia é um mecanismo da música que indicará que todos os instrumentos estão devidamente afinados, da mesma maneira, o perdão é a ferramenta que traz a paz para o coração e evidenciará que determinado grupo social labuta pela mesma meta. A grande dificuldade é quando o ensinamento bíblico é desprezado, e como conseqüência se estabelece nos relacionamentos a desarmonia e o rancor ganha a primazia.   
     Segundo os estudiosos aplicamos mais esforço para enrijecer a face, do quê para sorrir, isto é, muito embora seja mais fácil pedir ou conferir o perdão, optamos muitas vezes pelo caminho mais árduo da rixa e do ódio, daí a razão pela qual uma pessoa leva anos sem olhar para a outra, e o mais surpreendente é que vivem debaixo do mesmo teto. 
     Olha só em quais circunstâncias Cristo foi capaz de conceder o perdão: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.” Lc 23:34  Você precisa de exemplo melhor? 
     Portanto, lembre-se que ao suplicar pelo perdão de Deus, você deve estar sempre disposto a liberar o perdão para quem dele necessitar. O que está esperando para fazer aquela ligação tão protelada? 


Rev. Givaldo Santana  

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