Zero ou Um. Quem não
se lembra deste método de escolha utilizado nas brincadeiras de criança? Assim
é a nossa vida, é feita de escolhas. Até mesmo aqueles que ficam “em cima do
muro” decidiram ficar na indecisão. As escolhas que fazemos podem ser de baixa
ou alta complexidade, algumas podem ser com conseqüências de pouca duração e
outras, de efeitos eternos.
Josué está diante de um povo que não
conheceu aqueles que subiram para o Egito ainda tementes ao Deus vivo, e nem
conheceu seus descendentes que lá se corromperam, esquecendo-se de quem os
havia criado. Moisés recebe de Deus a tarefa de tirar da terra egípcia um povo
completamente idólatra, e introduzir em Canaã um povo de coração purificado e
temente tão somente a Deus. Foram quarenta longos anos andando em círculos,
vivendo momentos de altos e baixos. Se por um lado os hebreus tinham muito
respeito e admiração pelo seu líder, por outro, a dureza de coração deste povo
ao longo da jornada deixou muitas vezes Moisés angustiado e até furioso em
decorrência dos declínios e constantes murmurações.
O texto acima traz um momento em que
Moisés já foi tomado para o SENHOR, e o seu sucessor Josué está prestes a
introduzir os hebreus na terra prometida, então ele fará o desafio para que o
povo faça uma decisão que será crucial em suas vidas. Vamos ao texto.
Por que escolher? “Escolhei” A decisão era de natureza
espiritual. Levando em consideração que Deus lembrou-se do seu povo, e que o
mesmo foi servido em libertá-lo da escravidão, agora este povo teria que
evidenciar onde de fato estava a sua confiança, se nos deuses do Egito ou no
Deus que os libertou. Além da decisão ser individual, era necessário que cada
um firmasse uma posição quanto ao caminho a ser seguido (1 Rs 18.21). O ato
daquele líder em confrontar os seus liderados, justifica em decorrência do
contexto de idolatria em que seus pais estavam envolvidos e que de certa
maneira também tinham recebido alguma influência. Josué queria ter a certeza de
que o povo de Deus tinha de fato purificado o coração e estava disposto a
testemunhar dos seus grandes feitos diante das nações pagãs. Portanto, era
preciso tomar a decisão correta (Dt 30.19-20).
Quando escolher? “Escolhei hoje”.
As pessoas reagem de diferentes formas quando são pressionadas para tomarem uma
determinada decisão, normalmente pedem cinco minutos ou até dias, a fim de
darem a resposta, no entanto, Josué entende que aquelas pessoas já tiveram
tempo o suficiente para refletir e exatamente por isso, conclui que já não
havia mais sobre o que pensar. É impressionante como as pessoas gostam de
protelar a decisão que determinará o destino da alma. A exemplo dos hebreus que
já tinham contemplado o poder de Deus, muitos hoje que também já o
experimentaram e tantas mensagens ouviram, ainda assim preferem simplesmente
protelar um pouco mais. Porém, faz-se necessário frisar que a decisão demanda
urgência, “Hoje” (Hb 4.7). “Meu amigo, hoje tens a escolha: Vida
ou morte, qual vais aceitar? Amanhã pode ser muito tarde, hoje Cristo te quer
libertar.”
Na escolha exige-se uma postura “A quem haveis
de servir”. Não é possível seguir em direções opostas ao mesmo tempo (Mt
6.24). É como se Josué estivesse dizendo: Se vocês quiserem depositar a
confiança em deuses mortos como fizeram os seus pais, fiquem à vontade, mas que
fique claro que eu e a minha família permaneceremos fiéis ao SENHOR.
O
coração idólatra tende a atribuir um deus para cada tipo de situação como era o
caso do povo egípcio em que estão relacionadas cada uma das pragas que foram
lançadas por Deus sobre eles durante a peregrinação. O que Josué vai enfatizar
é que DEUS é o suficiente para intervir e suprir em todas as circunstâncias sem
a necessidade de mediadores idealizados por homens. Aquele líder reafirma a sua
postura e exige que os seus liderados apresentem-se de modo convicto, pois eles
passariam a ser as testemunhas vivas do Deus vivo e atuante diante dos pagãos a
exemplo do que descreve o Salmo 126.
Após o apelo de Josué, o povo decidiu que não
só permaneceria firme na presença de Deus, como também daria testemunho do modo
maravilhoso como os conduziu até a terra prometida. Caso ficassem com o coração
dividido certamente evidenciariam não só a desobediência, mas também a
ingratidão.
Você
já tomou uma postura? Qual a sua decisão? A exemplo de Josué e seus liderados
você reconhece que há um só Deus e um só SENHOR, ou continua como aqueles que
ficaram prostrados no deserto por acharem que precisavam de um deus para cada
situação de suas vidas? Tome hoje mesmo a firme postura de reconhecer o
senhorio de “אלהים,
elohim” (Deus) em sua vida.
Pastor Givaldo Santana