quarta-feira, 6 de março de 2013

A importância da compreensão At 8.26-40




No livro de Romanos, capítulo doze, o apóstolo Paulo exortará a igreja para que apresente a Deus um culto racional. Isto pressupõe que o adorador deve estar ciente do seu papel na condição de alguém criado por Deus e, que todos os seus atos devem ter como meta a exaltação do soberano criador. Enganam-se aqueles que acham que a adoração só acontece quando se está reunido em um templo com outras pessoas, assim como também estão enganados aqueles que pensam que basta evidenciar espiritualidade sem uma real compreensão do que se está fazendo. No texto acima descrito vemos a realidade de muitas pessoas que se dispõem a adorar, isto é, simplesmente reproduzem um ato sem nem ao menos compreenderem a razão porque fazem. Lêem a Bíblia e até decoram versículos, mas não conseguem extrair das páginas da bíblia ensinamentos para o cotidiano. Sem falar daqueles que até recebem as devidas explicações, mas ainda assim preferem manter-se fechados, cultivando um ritual sem que isto mude efetivamente as suas vidas. Este episódio envolvendo o eunuco certamente tem muito a lhe ensinar. “Compreendes o que vens lendo”?  Vamos ao texto.
A adoração v, 27 – “E eis que um etíope... que viera adorar em Jerusalém”.  Ao que tudo indica, foi em função do cargo de tesoureiro, que o eunuco teve contato com judeus egípcios e identificou-se com a crença deles. É provável também que as idas para Jerusalém já fossem um hábito para aquele homem. Porém, embora tivesse disposição para adorar, ao que tudo indica o eunuco não compreendia o significado deste texto. Num primeiro momento faz-se necessário ressaltar que a verdadeira adoração é prestada a Deus somente por aquele que nasceu do Espírito (Jo 3.6). Disse Charnock: “Toda adoração que se origina na natureza morta é apenas serviço morto”. A adoração depende completamente do milagre espiritual do novo nascimento e da obra contínua de vivificação da fé. Logo, se não há vida espiritual, não há adoração. Daí porque dizer que só através do convencimento que o Espírito Santo aplica ao nosso coração, é que nossa adoração pode ser edificante para nós e agradável a Deus.  É preciso destacar ainda que esta adoração, envolve sinceridade, fé, amor e humilhação. Para John Owen: “A adoração não é somente uma expressão de gratidão, mas também é um meio de graça, através da qual os famintos são alimentados, e os pobres são enriquecidos”. Na adoração o Senhor comunica a sua graça ao alimentar a alma daqueles que crêem. Sendo assim, Deus é a fonte de toda água viva, ele é o Deus de toda graça, paz e consolação e, a menos que o adorador creia nesta verdade a sua alma não poderá ser saciada. Exatamente por isso, Felipe é conduzido para chamar o eunuco para prestar uma adoração consciente.
A meditação  v, 28- 31- Compreendes o que vens lendo”? Não é muito raro nos depararmos com pessoas que até lêem as Escrituras com certa regularidade, entretanto, não são capazes de extrair ensinamentos para o próprio enriquecimento espiritual, decoram apenas o que lhes convêm a ponto de ignorar as implicações da falta de compreensão do texto lido. Certamente se o eunuco continuasse aquela leitura e centenas de viagens para Jerusalém, de certo, sem um processo de reflexão, continuaria apenas sendo um homem religioso. Na verdade, não experimentaria da fonte da água da vida, aliás, esta é a realidade de muitas pessoas que nos cercam. O desafio é para que você peça sempre a intervenção do Espírito para que possa, desta maneira, entender o que o Senhor quer te ensinar a partir do texto lido. Não seja um mero papagaio que simplesmente reproduz o que ouviu falar, mas busque a compreensão do texto de tal maneira que entenda os propósitos de Deus para a sua vida. O convite do eunuco para que Felipe subisse ao seu carro para explicá-lo o texto de Isaias, denota uma certa urgência, ou seja, aquele homem tinha sede de aprender corretamente sobre como prestar uma adoração com entendimento. Conta-se que certa vez uma mulher sempre cortava as juntas do frango antes de colocá-lo no forno, quando questionada sobre a razão porque sempre procedia assim, ela respondeu que aprendeu com a sua mãe, e quando foram questionar a sua mãe, a mesma disse que tinha aprendido com a avó, e quando foram até a sua avó para saber a razão de tal prática ela respondeu: é porque o meu forno era pequeno, e como não cabia o frango inteiro, eu tinha que cortar uma parte. E assim, muitos agem em relação à religião, todavia, você precisa agir com a mesma humildade do eunuco e dizer: Eu não sei, me ensina.
A decisão v, 36-38 “Eis aqui água, que impede que seja eu batizado?” – A determinação é imprescindível, o eunuco não protelou a sua decisão, ele não disse que ia consultar algum parente ou amigo para saber qual resposta dar ao apelo do evangelho, mas em um ato corajoso e decisivo ele disse para Felipe: Sim, eu reconheço os meus pecados e quero firmar um compromisso com Cristo agora mesmo. Muitas pessoas não compreendem que o amanhã pertence a Deus e que, por isso, as Escrituras apelam: “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação Hb3:15.  É impressionante como as pessoas muitas vezes são ágeis em relação à busca pela estabilidade financeira, na busca pelo restabelecimento da saúde física, mas quando o assunto é bem-estar da alma as pessoas querem sempre adiar a decisão pensando que estão no controle das circunstâncias, mas quanto a esta questão o canto sacro afirma: “amanhã pode ser muito tarde, hoje Cristo te quer libertar”. O texto nos diz que após o batismo o eunuco saiu cheio de júbilo. É exatamente este o sentimento do coração de todo aquele que experimenta o novo nascimento em Cristo.   
            Certamente havia sinceridade na vida daquele homem, a religião para ele era algo importante e que deveria ser levado a sério, mas assim como hoje muitos não sabem exatamente porque crêem, assim era com o eunuco. Como vimos, ele tinha o hábito de subir a Jerusalém e até lia as Escrituras, coisa que muitos religiosos hoje não fazem, mas acontece que ele não compreendia as idéias exaradas nas Escrituras. Então, foi necessário que o apóstolo o esclarecesse apontando Cristo que foi anunciado pelo profeta Isaias a setecentos anos A.C. Mas, o que mais chama a atenção, foi que após o esclarecimento do texto o eunuco reconhece que até então estava professando uma fé vazia. O que ocorre na vida daquele homem a partir daí, não é apenas uma mudança de religião, mas de vida, e certamente aquela data jamais sairia da sua lembrança, pois agora o texto sagrado passa a ter real sentido em sua vida, pois agora ele tornou-se uma nova criatura em Cristo Jesus.   
                                                                                                                          Pastor Givaldo Santana

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