quarta-feira, 20 de março de 2013

Quando a glória de Deus se vai



Ez 9.1-6. Os dias de Ezequiel foram marcados pela decadência moral e espiritual de Israel. O profeta vai registrar que aquela situação incomodava a poucos. Sem que o povo se desse conta da gravidade de seus pecados, gradativamente a glória do Senhor os abandonava, mas a função do profeta era chamar Israel à restauração para evitar a ruína que seria o exílio babilônio.
A glória de Deus é essencial em nossa vida, mas em que consiste a glória de Deus?  Significa a presença divina no meio do povo de Deus, ou ainda, é a manifesta vontade do Senhor em abençoar o seu povo.
            Com base nos relatos feitos pelo profeta Ezequiel apresentaremos as causas do afastamento da glória de Deus.

          1) A corrupção presente na casa de Deus -“...E levantei os meus olhos para o caminho do norte, e eis que da banda do norte, à porta do altar, estava esta imagem de ciúmes, à entrada. Ez 8:5. Muito embora em nosso contexto a corrupção esteja relacionada com a política associada ao desvio de recursos, a ênfase bíblica nos remete para outra ideia, isto é, ela ocorre quando os homens devotam aos deuses a adoração que é devida a Deus. Isaias registrou esta reivindicação da parte do Senhor: “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura. Is 42:8. Os ídolos estavam agindo como usurpadores, uma vez que vinham roubando no coração do povo o lugar devido tão somente ao soberano Deus. A corrupção se devia, portanto, ao desvio do propósito que era viver para louvor e glória daquele que nos criou, ao invés de depositar a confiança em deuses mortos (Sl 115).    
            2) A depravação da liderança - E setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jazanias, filho de Safã, que se achava no meio deles, estavam em pé diante das pinturas,...” (Ez 8.11). Se por um lado a liderança não tem a atribuição de ser perfeita, até mesmo pela sua condição de pecadora, espera-se, no entanto, que ela sirva como modelo de fidelidade a Deus para os seus liderados. E o que dizer quando o mau exemplo parte de quem deveria apontar a postura correta? Era exatamente este o problema denunciado pelo profeta Ezequiel, ou seja, a liderança que deveria combater a idolatria éra na verdade a principal motivadora. Quanto a isto o profeta Isaías mais uma vez denuncia: “Congregai-vos e vinde; chegai-vos juntos, vós que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar  Is 45:20. A consequência disso veremos a seguir.   
            3) A inconsciência da presença divina- “...E eles dizem: O SENHOR não nos vê, o SENHOR abandonou a terra” (Ez 8.12). Dentre as muitas características da idolatria está a desconfiança e o guiar-se pelo visível. Enquanto o Senhor é acusado de ter abandonado a sua criação, o profeta Isaias registra: “O teu Deus reina!Is 52:7. A decadência espiritual de Israel não lhe permitia ver o agir de Deus apesar da vida de desobediência do povo. A cegueira era tamanha que o povo não se dava conta do quão distante estava do Senhor e, por isso, preferia acusar o Senhor de ter se ausentado.
Um aspecto a ser observado é que quando atentamos para a peregrinação dos hebreus do Egito para Canaã, vemos que no momento em que entenderam que Deus os havia abandonado, correram para construir-lhes um deus, a fim de sentirem-se seguros. O idólatra fala muito de fé, mas se guia tão somente por aquilo que está diante dos seus olhos e é, por esta razão, que estarão sempre cercados por ídolos, para quem apelarão todas as vezes que sentirem-se ameaçados ou em dificuldades. 
            Qual foi a resposta do Senhor para os dias de Ezequiel?Matai velhos, e jovens, e virgens, e meninos, e mulheres, até exterminá-los... EZ 9:6.  Como somos um povo culturalmente passivo, nos recusamos a acreditar que o Senhor tomou esta medida tão drástica, no entanto, o zelo do Senhor se manifestaria em resposta ao coração endurecido do povo e como conseqüência, o cativeiro babilônico seria inevitável.  “E porei contra ti o meu zelo, e usarão de indignação contigo....” Ez 23:25.  
A mensagem de Ezequiel não consistia apenas em apontar o juízo de Deus, mas também em lançar uma mensagem de renovo e esperança: “E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória (Ez 43:2). Contudo, Israel manteve-se na cegueira espiritual, a glória do Senhor se foi e o cativeiro tornou-se inevitável. A pergunta a ser feita é: Você pode dizer que a glória Deus está presente em sua vida?
Pastor Givaldo Santana

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