quarta-feira, 13 de março de 2013

O que realmente importa?




 
Lc 12.13-21 Li há alguns meses uma reportagem a respeito de uma enfermeira australiana por nome Bronnie Ware que teria dedicado boa parte de sua vida nos cuidados de doentes em estado terminal. Devido ao tempo dedicado às pessoas nestas condições ela pode destacar as cinco coisas que mais importa para aqueles que estão à beira do fim, das quais eles mais se arrependem de não ter realizado, a saber: 1) Quem me dera ter tido a coragem de viver de acordo com as minhas convicções e não de acordo com as expectativas dos outros. 2) Quem me dera não ter trabalhado tanto. 3) Quem me dera ter tido coragem de expressar os meus sentimentos. 4) Quem me dera ter mantido contacto com os meus amigos. 5) Quem me dera ter-me permitido ser feliz.

Jesus foi bastante enfático em vários momentos ao desafiar seus ouvintes a não depositar o coração nas coisas transitórias e, mais uma vez, devido às circunstancias ele o fará com propriedade. Tudo começa quando ele é posto na condição de juiz para repartir uma herança. Naturalmente Jesus se recusa a prestar-se a tal papel, e ainda repreenderá aquele homem contando uma parábola no intuito de desafiá-lo a depositar o coração no que realmente vale apena. A sede insaciável do ter faz com que muitas pessoas desprezem o que realmente importa VV 17-19. De acordo com a narrativa feita por Cristo podemos destacar três problemas na vida daquele homem:
             I - Via somente a si mesmo- Aquele homem tinha um sério problema com o “eu”, ele estava voltado para si mesmo de tal maneira que estabelece um monólogo e fala de si para si mesmo.  meu, me, eu”. É como se não existisse nada mais à sua volta, a não ser a sua sede avarenta de acumular mais e mais. Fico triste ao ver algumas pessoas que em dez coisas que falam, pelo menos nove estão relacionadas com dinheiro. Quem vive desta maneira certamente deve atentar para a advertência de Cristo em Mateus 6 quando ele diz que a traça e a ferrugem mais cedo ou mais tarde consumirá o perecível.
            II- Não conseguia ver Deus - Na parábola contada, o homem rico ignorou aquele de quem vem as condições climáticas favoráveis: “Então, eu vos darei as vossas chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua novidade, e a árvore do campo dará o seu fruto. (Lv) 26:4. Esta certamente não é uma postura restrita àquele homem, mas está impregnado nesta sociedade consumista, o coração avarento de algumas pessoas chega a consumi-los de tal forma que elas ignoram a razão de suas existências. A secularização envolve-os de tal maneira que muitos preferem ignorar o fato de que possuem uma alma e que esta precisa ser alimentada. Daí a advertência de Cristo: “...LOUCO, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” v, 20. Aquele homem ignorou quem lhe havia feito prosperar (Dt 8.17-18), e esta é a realidade de muitos hoje.
            III- Não conseguia ver os outros – Até por uma questão lógica ele ignorava a necessidade alheia v, 12. Uma das características do avarento é o ganhar e ganhar, não importa o quanto o seu semelhante está perdendo ou precisa de sua ajuda, não significa que necessariamente este acúmulo de riqueza se deva a atitudes desonestas, mas é fato que a “lei de Gerson” normalmente prevalece. Não é verdade que o “EU” é o grande problema desta sociedade pós-moderna, onde o individualismo tem levado cada vez mais pessoas a viver de si para si? É justamente contra este tipo de inclinação que  Jesus combate com tanta veemência. A vida vai além das suas ambições. Você consegue enxergar alguém além de você? Sendo a resposta positiva significa que você está no caminho certo, porque um dia estaremos diante de Deus e então saberemos se de fato foi dada ênfase no que realmente importa ou não.   
Conclui-se, portanto, que aquele homem desprezava um critério simples: “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. V, 15.  Um dia estaremos na condição daqueles que foram atendidos por Bronnie Ware, daí a razão pela qual devemos decidir se vamos ou não dar ouvidos à advertência dada por Cristo. Não seja alguém que um dia se remediará, mas decida agora mesmo a dar valor ao que realmente importa. Este foi o desafio de Jesus para aquele home, assim como também é para você hoje.
Pastor Givaldo Santana

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