segunda-feira, 24 de junho de 2013

O que importa?


Jr. 2.18 Normalmente quando se fala em ateu, tem-se em mente um grupo minoritário que formula inúmeras teses na tentativa de provar que Deus não existe. Contudo, o que se vê efetivamente é uma grande massa que é classificada pelo teólogo puritano Stephen Charnock como ateus práticos. São pessoas que afirmam crer na existência de Deus, mas cujos corações o negam na prática.  Quanto a isso, Tito registra: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.” Tito 1:16
 Mas o que o texto bíblico tem a nos ensinar por meio das experiências vivenciadas pelo povo de Israel? Quais foram os erros cometidos por este povo? E quais as conseqüências? Farei esta abordagem em três momentos. 
1) Abandonou o Senhor v, 13 – O profeta denuncia e diz que foram cometidos dois males como seguem: “A mim me deixaram” (O manancial de águas vivas). A tônica do profeta Jeremias consiste em denunciar a inclinação da nação de Israel para adorar os deuses egípcios e assírios, sendo que o desafio era exatamente o contrário, isto é, Israel deveria levar estes povos a voltarem-se para o SENHOR. O verso cinco diz: “Assim diz o SENHOR: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade, e tornando-se levianos?” O termo “vaidade” pode ser traduzido como “nulidade”, e pode ser entendido também assim: Tal deus tal povo – Esta idéia pode ficar muito mais clara ao olharmos para o Salmo 115 onde o salmista afirma que os ídolos das nações são inexpressivos, e de igual forma, os seus adoradores. Portanto, a denúncia é que Israel encontrava-se desprovida de valores éticos, morais e espirituais.   
2) Desprezou a sua doutrina v, 13 - “Cavaram cisternas rotas” – A idéia aqui é a de uma cisterna que não retém água (falsa esperança). Imagine aqui o seguinte: uma pessoa presta concurso e mesmo sem saber o resultado passa a fazer compromissos como se aquele salário fosse certo, mas, sai o resultado e ela descobre que não conseguiu ficar nem mesmo entre os classificados. Aqui está uma grande verdade, se o texto sagrado afirma que Deus trabalha por aqueles que nele esperam, por outro lado, afirma que os ídolos não são capazes de fazer absolutamente nada nem por si mesmos, afinal de contas, não passam de criação dos homens que idealizam os deuses de acordo com as suas necessidades. O que acontecia com Israel, portanto, era que ele estava se deixando influenciar pelas filosofias vãs, ou seja, ensinamentos e esperanças que não têm base na Palavra de Deus. É realmente um equívoco muito grande acreditar que alguém poderá desfrutar das bênçãos de Deus mesmo contrariando os seus ensinamentos e ordenanças. 
3) Obteve resposta v, 18-19 - “Que lucro terás... indo para beberes?” (idolatria)v, 18. O SENHOR não age com complacência quando os homens insistem em contrariar os seus alertas. Quando Moisés foi levantado como líder foi dito para os hebreus: “Não terás outros deuses diante de mim.” (Êx .20:3), contudo, o tempo passa e esta advertência cai no esquecimento, daí vem a resposta: “A tua malícia te castigará” v, 19. Visto que Israel não depositava a esperança no SENHOR, mas sim nos deuses pagãos, o resultado era inevitável: “Os leões novos rugiram contra ele” v, 15 (Fúria dos leões) – símbolo da Assíria que daria com fúria para assolar e devastar Israel como resposta do desprezo ao SENHOR e à sua Palavra.
 Muito embora Israel afirmasse crer na existência e direção de Deus, na prática ficava evidente que seus corações estavam bem distantes. 
O que ocorria com o povo de Israel é o que acontece em nossos dias. O ateísmo prático é uma realidade no cotidiano de nossa sociedade. Existe uma negação velada. O iluminismo disse: Deus, pode deixar que nós daremos conta, pode deixar que sabemos o que fazer de nossas vidas. Stephen Charnock afirmou: “Qualquer desejo que houver para que Deus mude, ou para que Ele mude a maneira de tratar conosco, é a própria essência do ateísmo prático”.
O que importa? É que Deus tenha primazia em sua vida, em seus projetos e decisões. Que Ele não seja excluído de sua vida como se fosse um intruso.  

Pr. Givaldo Santana

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