Mt 27.3-10 Não vemos nas Escrituras apelos
para que as pessoas se deixem levar pelo remorso, mas sim, para que sejam
tomadas pelo profundo arrependimento. Portanto, procurarei fazer uma clara
distinção sobre remorso e arrependimento, afirmo desde já que o remorso trás
sempre conseqüências danosas conforme veremos na vida de Judas Iscariotes, que
foi um dos dozes discípulos de Cristo. Apresentarei inicialmente um paralelo
entre estes dois pontos antagônicos.
O remorso é uma impotência, os
erros são sempre repetidos na mesma medida, enquanto que o arrependimento é uma
força que põe termo a tudo.
O remorso é uma culpa tóxica e
não permite avançar, enquanto que o arrependimento é produto de profunda
reflexão.
O remorso é tristeza para a
morte, enquanto que o arrependimento é tristeza para a vida.
À luz do texto lido vemos que o
remorso:
A) Tenta reverter às ações v, 3
“...tocado de remorso, devolveu as trinta moedas...”. Um adágio popular afirma
que a palavra dita não volta, é exatamente, por isso, que é um grande equivoco
alguém lançar uma palavra de ofensa para depois afirmar: Não foi bem isso que
eu quis dizer! Ora, talvez o mais correto seria dizer que foi infeliz na
colocação, ao invés de simplesmente tentar negar a declaração. É aqui que entra
o disparate do remorso, pois a pessoa é impulsionada por uma tentativa
desesperada de tentar reverter a cão em decorrência das conseqüências danosas.
Portanto, quando Judas viu a grande bobagem que tinha feito, quis reverter o
processo devolvendo a moeda. Mas não vemos em momento algum, referência à
reflexão.
B) Tem a própria consciência como
acusadora v, 4 “Pequei, traindo sangue inocente.” Se o arrependimento trás
tristeza pelo erro cometido, o remorso pelas conseqüências; exemplificarei isto
por meio de ilustrações; imagine um aluno que prestou uma prova sem estudar,
daí ele ficará muito triste ao saber que não foi aprovado, observe que a sua
tristeza não foi pelo fato de não ter estudado, mas sim, por não ter sido
aprovado. Vamos imaginar ainda um motorista que passa no sinal vermelho. Dias
depois a multa chega a sua casa e ele fica bastante chateado. Ora, a sua
tristeza não se deu pelo fato do mesmo ter infligido a lei e colocado a vida
dele e de outros em perigo, mas sim, por ter sido multado. Este é o grande
problema do remorso, a consciência doerá sempre que vierem as conseqüências,
mas isto não significa que os mesmos erros não serão repetidos
posteriormente.
C) Apela para atos extremos, v 5
“retirou-se e foi enforcar-se”. O remorso impulsiona a pessoa a uma tentativa
desesperada no intuito de reverter o processo conforme já mencionamos, sendo
assim, é correto dizer que o remorso sempre conduz a um mal maior, que no caso
aqui foi a tentativa contra a própria vida. Ao contrário da postura de Judas
vemos que o apóstolo Pedro seguiu uma vertente diferente: “Então, Pedro se
lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás
três vezes. E, saindo dali, chorou amargamente” (Mt 26:75). Portanto, se o
remorso gera morte pelo circulo vicioso que possibilita, o arrependimento
produz vida. Ou seja, o arrependimento leva sempre a uma profunda tristeza que
produz mudança. Desta forma, arrependimento e conversão se somam em um
conjunto.
Conclusão
O que está presente em sua vida,
o remorso ou arrependimento? Morte ou vida? A palavra te desafia ao
arrependimento, a voltar-se para Deus, a fim de confessar os pecados e aplicar
o coração para não mais dar lugar as inclinações do coração pecaminoso que trás
resultados danosos para as nossas vidas. O verdadeiro arrependimento consiste
em refletir, confessar e, tomar a firme decisão de não mais viver em
desobediência. Portanto, ouse vencer o remorso.
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