sábado, 12 de maio de 2012

Fazendo um bom uso das ferramentas


Mt 6.5-8

É muito comum os homens terem em casa uma caixa de ferramentas. Martelo, chaves de fenda, serrote etc. Qualquer ajuste simples a ser feito na casa lá está a ferramenta adequada para aquele tipo de serviço. Aqueles que não possuem a maletinha de ferramentas farão da faca de cozinha uma chave de fenda e do machucador de tempero um martelo. No texto citado acima o Senhor Jesus enfatizará sobre o uso correto de uma poderosa ferramenta que Deus deu ao seu povo que é a oração, neste texto ele ensinará sobre a motivação certa e errada ao se fazer uma oração. De um modo breve faremos uma análise sobre o que o texto ensina sobre esta maravilhosa ferramenta. 


A oração pode ser entendida como um simples ato de falar com Deus. Podemos classificar a oração como aquele ato simples onde Deus graciosamente desafia o seu povo a buscar a sua face, são, portanto, momentos de deleites onde o crente derrama o seu coração e declara a sua devoção pelo Senhor, e como resposta, este crente desfruta de bençãos espirituais, físicas e materiais.  Contudo, é muito fácil uma pessoa fazer mau uso da oração. Vamos fazer uma breve abordagem do texto acima: “E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão” (Mt 6.5). Este orar em pé, não está relacionado com a postura física, mas sim com as motivações do coração. Calvino disse que o coração do homem é uma oficina de ídolos. Muito equivocadamente alguns crentes entendem que a oração de joelhos denota mais reverência e devoção, o que tornaria a oração mais poderosa diante de Deus, não é esta a ênfase do texto. O problema aqui é uma religiosidade exagerada, metódica, sistemática e, com uma motivação equivocada. 



Quanto a este equívoco na oração, ele dirá que os hipócritas oram em pé nas sinagogas e nas esquinas: “para serem vistos”. Você não precisa dizer para as pessoas o quanto é piedoso (a), quanto tempo investe em oração, aliás, aquele que tem vida com Deus a humildade lhe persegue. O que Jesus condena aqui é o mau uso de uma ferramenta poderosa que Deus graciosamente deu aos seus servos. (Tiago 4.2,3).  Você não precisa sair dizendo: Eu sou um homem, uma mulher de oração. Aliás, na seqüência Jesus dirá sobre o resultado de quem age assim: “já receberam a recompensa”. Não há nada que seja mais destruidor para um crente do que tentar buscar a glória que pertence a Deus. Vale aqui uma observação: os teus bajuladores ignoram os erros, e os teus indigestos não medem esforços para lhe fazer duras críticas, estes são alguns dos motivos pelos quais buscar a glória dos homens seria uma tolice. 


Ele vai agora apontar a maneira correta: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” A idéia aqui é de que o momento com Deus, não está relacionado com o lugar, mas com a atitude. Jesus não está aqui proibindo a oração pública, pois sendo assim, os apóstolos teriam cometido um tremendo erro (At 4.24-31). A ênfase recai sobre a expressão: “Orarás a teu Pai, que está em secreto”. O termo “secreto” expressa lugar de valor, sinceridade. Uma adoração sincera e humilde deixa a vanglória de fora e deseja estar sozinho com Deus. Daí a afirmativa: “E teu Pai, que te vê em secreto te recompensará”. O hipócrita tem capacidade para encenar uma espiritualidade, mas esta encenação não impressiona a Deus, porque Ele é aquele que conhece e prova o coração. 
No segundo momento encontraremos um grupo diferente dos hipócritas: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos”, v7.  Os pagãos acreditavam que quanto mais longa e mais estridente fosse a oração, aumentariam as chances de serem ouvidos  pelos seus deuses (1 Reis 18.25-29).  Analisemos a expressão: “Não useis de vãs repetições”. Aqui não tem nada a ver com oração extensa, mas a idéia de balbuciar (Marcos 12.40). E a razão para não agir assim vem em seguida: “Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.” V, 8.  Em um dos hinos do cantor cristão encontramos a seguinte estrofe: “Sonda-me, ó Deus, pois vês meu coração; Prova-me, ó Pai, te peço em oração. De todo mal liberta-me, Senhor, também da transgressão que oculta for.” De fato Deus na sua onisciência conhece antecipadamente todas as coisas, conforme descreve o salmista: “Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces.” (Salmos 139.4). Mas a questão é: Se Deus já sabe, então porque precisamos orar? É importante frisar que Deus não está desinformado de suas necessidades, mas isso não te impede de derramar o coração perante ele, aliás, é o próprio Deus quem ordena para que seu povo o busque: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7.14).


Deus atenta para a oração simples, sincera e cheia de fé. Faça um bom uso desta poderosa e eficaz ferramenta, Jesus denuncia os hipócritas por mascarar uma dependência de Deus, e destaca também os gentios que, embora bem intencionados, não tinham um conhecimento profundo sobre quem é Deus e de que maneira ele age, eis a razão porque no entendimento de Jesus havia busca sem conhecimento.  Portanto, não seja hipócrita e nem ignorante, mas faça o uso correto desta poderosa e eficaz ferramenta chamada oração. Quanto tempo do seu dia você investe na sua alma?  
Pastor Givaldo Santana 


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