At 5.17-30 Normalmente as tramas
de investigação envolvem bastante pressão por parte dos investigadores para
obter a informação desejada. Alguns cedem diante do primeiro aperto, enquanto
outros resistem o máximo que podem porque sabem que as informações desejadas podem
colocar em risco uma operação e até os interesses de uma nação. O texto acima
relata um momento crucial para o cristianismo, pois os apóstolos são
pressionados a desistirem da ideia de serem embaixadores à custa da própria
vida. Qual a sua reação diante das
pressões? O propósito aqui é enfatizar a postura dos apóstolos como sendo um
modelo para a igreja de Cristo.
I – A oposição v, 17
“levantando-se, porém, o sumo sacerdote e todos que estavam com ele”. A presença e pregação dos apóstolos
incomodavam, sobretudo porque ameaçava o sistema político e religioso ali
constituído. Em relação ao aspecto político o que Roma menos queria era o
estouro de uma revolução e, como não entendiam muito bem o propósito dos
apóstolos, era muito melhor que aquele “movimento” fosse desmobilizado antes de
ganhar proporções gigantescas.
Já em relação ao aspecto
religioso, o texto diz “... a seita dos saduceus, tomaram de inveja” v, 17. A
bíblia cita duas alas religiosas existentes nos dias de Jesus, a saber, os
fariseus e saduceus. Acontece que os saduceus não acreditavam na vida após a
morte e, portanto, negavam a idéia de ressurreição, por isso, fizeram tanta
oposição aos apóstolos que anunciavam o Cristo ressurreto, além do mais, ao
contrário dos fariseus, eram pessoas abastadas e por esta razão tinham
influência o suficiente para tirar seus opositores da jogada. Portanto, como
àquela altura os apóstolos já tinham caído na graça do povo, o mais urgente a
fazer seria tirá-los de cena, daí a parceria religiosa e política no intuito de
calá-los: “Prenderam os apóstolos e os recolheram à prisão pública”v, 18.
Contudo, Deus tinha um propósito maior a realizar por meio daqueles homens,
conforme veremos a seguir.
II- A ordem v, 19,20 “Ide e
apresentai-vos no templo”. Qual o motivo desta ordem? Pela manhã por volta das
nove da manhã, uma grade multidão se reuniria no templo para oferecer
sacrifícios e, portanto, um momento propício para que o evangelho fosse
anunciado. Aprouve a Deus ter libertado miraculosamente os seus servos, agora
os impele a colocar-se em uma hora e local estratégico para denunciar os
pecados e fazer um apelo ao arrependimento.
Grande susto tomaria os
soldados ao irem
até a salinha insalubre para buscar os prisioneiros para as autoridades
interrogá-los. “... a ninguém encontramos dentro” v 23. A idéia aqui é a de um
grande silêncio. Eles ficaram atônitos sem entenderem o que exatamente teria
acontecido, aliás, a mesma reação tomará também as autoridades: “Então o sumo
sacerdote, o capitão do templo e os chefes dos sacerdotes, ouvindo estas
palavras, estavam perplexos acerca deles e do que viria a ser aquilo.” V, 24.
Ao chegarem ao templo, lá estavam os apóstolo cumprindo o que lhes foi
determinado. Contudo, os soldados não queriam correr o risco de serem
apedrejados pelo povo e nem as autoridades, daí a razão pela qual os pregadores
não foram tratados com hostilidade, conforme registra o verso 26: “Então foi o
capitão com os servidores, e os trouxe, não com violência (porque temiam ser
apedrejados pelo povo).” Na seqüência veremos o desfecho daquela situação.
III- A decisão v, 29 “Importa
obedecer a Deus do que aos homens”. Esta foi a resposta que aquelas autoridades
obtiveram ao inquirirem os apóstolos sobre a desobediência de continuarem
anunciando o Cristo ressurreto. A vida deles certamente estava por um fio, mas
o comprometimento deles na condição de embaixadores era muito maior.
É fato que temos na própria
Palavra de Deus a determinação expressa para obedecermos às autoridades
constituídas, porém, eles estavam ali obedecendo aquele que é muito maior. O
fato é que eles estavam tão envolvidos com aquela causa que não pouparam
palavras ao acusarem as autoridades ali presentes de serem coniventes com a
morte de Cristo. Aliás, aquela acusação deixou políticos e religiosos tão
furiosos que decidiram imediatamente pela morte dos pregadores, que só foram
poupados devido à intervenção de um fariseu cujo nome era Gamaliel.
Os apóstolos estavam convictos
quanto à posição que deveriam tomar diante da pressão e até mesmo à custa da
própria vida. Decidir por obedecer a Deus sempre deixará os transgressores
furiosos e, portanto, sempre virão com toda força para cima daqueles que
apontarem seus erros à luz das Escrituras.
Quanto à realidade dos nossos
dias, a sociedade quer nos moldar com suas práticas e valores, é um sistema
perverso sem parâmetros espirituais, com uma idéia de sexualidade distorcida e
intelectualmente comprometida, quanto a este último item basta atentarmos para
as músicas mais tocadas no rádio e televisão.
Portanto, somos conclamados a tomarmos a mesma postura dos apóstolos e
com ousadia declararmos que nos recusamos a ceder às imposições diabólicas,
pois somos súditos e embaixadores do Rei. Decida se você quer ser aplaudido por
todos os homens ou rejeitado por Deus. O que importa? É obedecer a Deus.
Pastor Givaldo Santana
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