quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O que importa?


É que Cristo seja pregado

Fl 1.18 Nos primórdios da minha conversão fui fisgado muitas vezes pela armadilha de achar que fazer crítica a determinados movimentos no meio evangélico era pregar o evangelho. E funcionava da seguinte maneira: Na medida em que passava a falar do evangelho para determinada pessoa, a mesma, no intuito de desqualificar a minha pregação, fazia criticas a determinadas práticas no meio evangélico e me perguntava o que eu achava. Entendendo que estava defendendo a verdade, não fazia economia nas críticas a determinados movimentos, o que equivale a dizer que tinha mordido a isca. Até porque, o evangelizado sai com a consciência “tranqüila”, pois eu havia apresentado razões mais que suficientes para que não desse crédito à mensagem anunciada.
 A questão é que em muitas situações dedicamos muito tempo para fazer duras críticas ao que entendemos que não está em conformidade com o evangelho, sendo que na verdade deveríamos empregar mais esforços para anunciar a Palavra de Deus e, conscientizar o nosso ouvinte de que a sua condição diante de Deus é de pecador e, que por esta razão, existe uma necessidade urgente de arrependimento. O apóstolo Paulo já tinha denunciado esta problemática anteriormente, e agora ele desafia a igreja de Filipos a não perder tempo combatendo os equivocados, mas dedicando real atenção no anúncio do evangelho, pois de certa maneira, até mesmo aqueles que pregam por motivações erradas acabam de certa maneira difundindo o evangelho. 

1) Uns pregam por pretexto - Pretexto : “Motivo falsamente alegado”. V,18. Os pedagogos são unânimes ao afirmarem que a melhor maneira de ensinar a criança a falar corretamente é não repetindo as palavras erradas que ela pronuncia, pois desta maneira, estaria reforçando o erro.  Quanto à passagem em questão, a recomendação de Paulo para os irmãos da igreja de Filipos é: Não dediquem tempo combatendo àqueles que pregam por motivações erradas, mas sim, que apliquem esforços em levar os pecadores a colocarem o coração na Palavra. Aliás, o apóstolo até admitirá que estas dificuldades estarão sempre a atormentar a igreja. No verso quinze ele destacará as motivações de alguns: a)Inveja e b)Rivalidade. Esta idéia fica muito clara quando trazemos à memória os judaizantes descritos no livro de Gálatas, pois fingiam ter zelo pela verdade e por Deus, mas tinham em mente apenas os seus próprios interesses, configurando-se, portanto, como corruptos e egoístas.  O que eles queriam de fato? Apenas perturbar a paz da igreja.
Em um segundo momento Paulo destacará a questão de real relevância como segue. 

2) Outros por verdade -Por verdade – “Em prol da glória de Cristo e do avanço do seu evangelho, sem se importar com o benefício pessoal”. Ou seja, não usam o nome de Cristo para mascarar motivos pessoais de cobiça e vanglória. Aqui já podemos fazer o seguinte paralelo: “Verdade” (com sinceridade), “pretexto” (com insinceridade). Paulo chamará a atenção sobre o que importa para a igreja, isto é, que Cristo seja efetivamente anunciado com as motivações corretas, onde o propósito do povo de Deus consiste em ser um instrumento em suas mãos com seriedade de coração para ver vidas sendo transformadas. Esta foi a razão pela qual Paulo não lamentou o fato de estar em algemas, até porque, ele alega que na condição de prisioneiro, teve a oportunidade de pregar a Cristo para a guarda pretoriana v. 13. Pregar a Cristo por verdade, portanto, consiste em levar seu nome a ser glorificado por meio da transformação do pecador, é aquilo que os teólogos classificam como pregação cristocêntrica, ou seja, qualquer pregação que não tenha o Senhor Jesus como o centro, pode perfeitamente ser apontada como um pseudo-evangelho. 
Por ter a consciência de que a sua motivação é sincera, Paulo dirá: “Me regozijo” v, 19 cuja idéia é a expressão chave da epístola aos filipenses, é como se ele dissesse:  “Eu me regozijo, regozijai-vos também”. No que a igreja deveria se regozijar? Na certeza de que a sua motivação para pregar a Cristo era correta e, portanto, não havia motivo para tristeza, mas sim, para alegria, visto que a Palavra está sendo anunciada, e vidas sendo arrebatadas das garras de satanás. A Deus toda a glória! A Ele que é sempre servido em glorificar o seu unigênito na vida de sua igreja.


Pastor Givaldo Santana

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