quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O que importa?


É saber quem tem o coração na Palavra

1 Co 11.19 No contexto da passagem, o apóstolo Paulo está tratando da festa ÁGAPE ou festa do amor. Na verdade, ele está argumentando com a igreja o quanto ela havia se distanciado do propósito por ter perdido de vista o ideário inicial. E a maior prova de que a proposta inicial tinha se perdido, poderia se comprovar no momento em que ocorria o banquete da celebração, razão pela qual, o apóstolo introduzirá o assunto dizendo: “Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo” v,17a.  
Na argumentação de Paulo havia na igreja de Corinto dois grupos distintos conforme apresentaremos a seguir.

I- Quantos aos partidos - “Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós”. O termo “partidos” que aparece no plural é traduzido em algumas versões como: “Facções”, “divisões”. Na sua origem a ideia é de: Preferir, escolhas; podendo ter a conotação também de heresia, que são por sua vez, doutrinas erradas ou idéias desaprovadas. Em outras palavras, o apóstolo afirma que havia dentro da igreja de Corinto algumas pessoas que estavam rompendo o laço da unidade cristã. Fazendo referência a este grupo João Calvino afira: “Porque é assim que não só os hipócritas são identificados, mas também, em contra partida, a sinceridade dos fiéis se comprovam”. Esta afirmação torna o termo “importa” mais claro para nós, pois o mesmo pode ser traduzido como “necessário”, isto é, não é que haja uma determinação divina para que existam pessoas que não estejam com o coração fora da Palavra na igreja, mas o surgimento das mesmas acaba trazendo algum tipo de benefício que é evidenciar a real identidade de cada um que compõe o rebanho. Quanto a esta questão Simon Kistemaker diz: “Paulo está dizendo, entre os crentes da igreja de Corinto, descrentes vão se infiltrar, e com o seu ensino de estilo e vida causar rupturas”.
Em seguida Paulo continua argumentando e passa a fazer referência àqueles que segundo ele estão com o coração na Palavra, conforme veremos.

II- Quantos aos aprovados - “para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio”. Já o termo “Aprovados” pode ser entendido como: Genuíno, testado. A ideia aqui descreve uma prática antiga que era utilizada a fim de averiguar a legitimidade da moeda. Isto equivale a dizer que aqueles que tinham o coração efetivamente na Palavra, ao serem observados, recebiam a aprovação dos demais por serem compreendidos como aqueles que não tinham desviado o coração do propósito inicial. Quanto a este segundo grupo Kistemaker dirá: “Estes crentes afastam-se de coisas ligadas ao mundanismo, eles amam e obedecem a Deus, apegam-se a Cristo em fé demonstrando sua lealdade a ele na igreja e na sociedade”. Estes aspectos não são fáceis de serem cultivados na sede das emoções e vontades, pois demanda uma verdadeira guerra espiritual, contudo, há um desafio constante para que o marasmo e a indiferença de nossa época não nos afete de maneira a contagiar negativamente a igreja de Cristo.
O pastor Paulo tenta levar a igreja de Corinto a uma reflexão para que compreendesse que, embora estivessem constantemente no mesmo lugar, na verdade, estavam longe do que a Palavra estabelece como ideal de unidade cristã. Não se tratava de um olhar para ou outro e dizer: “Você precisa mudar isso”, pelo contrário, Paulo desafia para que cada um olhe para dentro de si: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo” v, 28. Compete, portanto, a você ter a clara consciência de que é preciso ser contado entre os aprovados, porém, para que isto seja uma realidade, você deve estar ciente de que não perdeu de vista o papel da igreja que é nutrir a unidade no corpo de Cristo.


Pastor Givaldo Santana

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