quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Assumindo uma postura diferente I



Jr 10:1-5 Um ditado popular diz que a voz do povo é a voz de Deus. Entretanto, vemos no texto uma exortação para que a casa de Israel faça a contra mão deste pensamento. Jeremias registra que indo no vácuo da maioria, Israel  estaria contra Deus. Com exceção da descrição da cidade de Nínive, onde de acordo com as Escrituras toda a cidade teria se voltado para Deus, nas demais partes do texto sagrado veremos que o que prevalecerá será a ideia de Amós capítulo nove onde apenas “um pouco” permanecerá fiel a Deus. O texto acima deixa claro que a voz do povo não é a voz de Deus e, que os servos do Senhor têm como incumbência fazer um caminho contrário daquilo que a maioria chama de natural, ainda que isto resulte em críticas ou perseguições das mais variadas.  

O texto começa com uma exortação ao povo de Deus. Qual é a mensagem do Senhor para o seu povo? Ao invés de ser influenciado seja você um agente influenciador! O profeta Jeremias mostrará como isso é possível por meio de três atitudes como segue.   

I- Atentando para a Palavra v, 1 “Ouvi a palavra que o SENHOR”  Temos aqui um oráculo, ou seja, o profeta age tão somente como porta voz, portanto, não havia aqui a emissão de opinião particular. Vale destacar também que este “ouvi” não consiste apenas em adquirir informações a respeito, mas sim, aplicar o coração no propósito de transportar o conhecimento adquirido para a vida prática. Mesmo porque, uma pessoa pode orgulhar-se de “conhecer” a Palavra de Deus (tomar conhecimento do que está escrito) sem, no entanto, manifestar o menor interesse de aplicar ao coração. Aqui aparecem aquelas figuras descritas por Cristo (casa na areia), Tiago (homem que contempla no espelho seu rosto natural), Tito (Onda do mar), todas estas figuras não passam de meros intelectuais da fé. 

II – Tendo uma postura diferente dos gentios v, 2 “Não aprendais o caminho dos gentios” (cegueira espiritual). Emprega-se o termo gentios para significar aqueles povos que não eram da família hebraica (Lv 25.44), mas também usa-se o mesmo termo para descrever os incrédulos, como é o caso aqui em Jr 10.25. O desafio era para que a casa de Israel servisse como modelo de temor e adoração ao SENHOR, contudo, o que se vê é um povo místico como os demais. Por esta razão, vem a exortação: “nem vos espanteis dos sinais dos céus”.  Os babilônios acreditavam que raios e trovões fossem manifestações dos deuses e este mesmo tipo de crença teria passado a fazer parte do cotidiano de Israel. Daí a afirmação de Jeremias “porque com eles se atemorizam as nações”, ou seja, o medo ao invés de temor em forma de contrição e obediência a Deus. 

III – Não acreditando na nulidade dos ídolos v, 3 “os costumes dos povos são vaidade” (Nulo).  “Obra das mãos do artífice”. Quanto a esta questão Isaías denunciará: “Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” (Is 45.20). Esta é exatamente a denúncia feita por Jeremias: “corta-se do bosque um madeiro” “com pregos e com martelos o firmam, para que não se mova.” Era preciso fixar a imagem muito bem, pois havia a crença de que caso se a mesma viesse a cair e quebrar, o deus ali representado poderia manifestar a sua fúria contra o adorador displicente. E para combater esta ideia o profeta dirá: “Não tenhais receio deles”, ”Não podem fazer mal”, “Nem tampouco têm poder de fazer bem”v, 5.  

Vivemos em uma época onde se combate todo e qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa. Outra característica dos nossos dias é a pluralidade de ideias, sendo que nesta perspectiva cada um tem a sua verdade e, portanto, não existe valor absoluto e, sendo assim, toda tentativa no sentido de levar alguém a seguir um padrão chega a ser tirano e, portanto, inaceitável. Contudo, o que vemos no registro de Jeremias é que o SENHOR não abre mão da sua glória, sendo assim, seja por pura veneração ou com a finalidade de adoração, prevalece o que está contido no primeiro e no segundo mandamento. Faça a diferença!

Pastor Givaldo Santana 

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